Memorização
Em definição, memória é a capacidade do ser humano de guardar, registrar, manipular ou adquirir ideias ou imagens. Com ela lembramos de fatos, nomes, lugares, pessoas, cheiros, etc. Quem não se recorda daquele cheiro de comida caseira? Do dia ensolarado associado ao ir à praia ou ao clube? Ou uma música que traz sentimentos bons e ruins?
É através dela que relembramos experiências passadas e as transmitimos para gerações. Por isso, a memória é uma identidade que define pessoas e um arquivo vital que pode ser acessado a qualquer momento. Com ela podemos tomar decisões sobre nós e o mundo ao nosso redor. E, é no processo de aprendizagem que cada etapa da nossa vida é revivida. Por exemplo, quando escrevemos estamos recordando do processo que o professor do jardim de infância nos ensinou a fazê-lo.
A memória é cercada de idas e vindas ao passado. Ao ouvirmos sons e visualizarmos imagens, temos o poder de construir um mundo nas mãos. Na memória é preciso esquecer para lembrar, pois o volume de informações recebidas não são todas guardadas no cérebro (corremos o risco de bloqueio). A memória só guarda aquilo que nos interessa e associamos a determinados dados.
Mas nota-se que a cada dia que passa conseguimos utilizar pouco dessa capacidade, e conforme envelhecemos, vamos perdendo a sensibilidade de recorrer ao cérebro para buscar nossas lembranças. O avanço dos estudos dos mecanismos relacionados a memória são frequentes e os cientistas buscam uma forma de poder preservá-la e manipulá-la.
Contudo, confiar na memória nem sempre é aconselhável. É necessário arquivar! Navegando pelo site, conheça esse universo complexo da memória humana.
A Arte de Memorizar
Mnemotécnica ou mnemônica, vem do grego e significa memória e técnica. Na arte de memorizar, os procedimentos são utilizados para facilitar a lembrança de algo guardado na memória. São usadas também, associações de ideias simples que evoquem determinado fato. Nas técnicas que vamos mostrar no tópico "métodos de memorização" percebemos que sempre é necessário fazer associações ilógicas, visuais e destacadas para que cérebro busque as mais profundas lembranças quando precisamos.
Estabelecendo ganchos simples com informações complexas, tornamos esses dados fáceis de lembrar e automaticamente eles surgem na memória. Para lembrar números, os associamos a letras de forma a produzir imagens. Por exemplo, se a senha do meu cartão é 570, ela pode ser lembrada pelo nome “LuCaS” (L = 5, C = 7, S =0, ver alfabeto fonético) e depois pensar em alguém com esse nome e imaginar milhares de Lucas saindo do cartão (vale a imaginação).
A prática desses exercícios pode se tornar automática aumentando assim a eficiência do indivíduo. Com uma lista de supermercado, pode-se fazer associações e relacionar situações engraçadas: A cenoura querendo te comer ou um ovo gigante explode no mercado. Para nome de pessoas lembre de algum traço marcante dela e associe ao nome (Marcos, orelha grande) ou mesmo ao conhecê-la pode-se repetir o nome e sobrenome dela três vezes durante a conversa.
Essas técnicas são uma forma de afastar o esquecimento da vida, aprender a prestar atenção nos fatos e até mesmo ser um campeão da memória. É o caso de Alberto Dell' Isola, capitão da equipe brasileira de memória e recordista latino-americano.
No início, conta Alberto em entrevista ao programa do Jô, ele tinha uma péssima memória. Muitas vezes ia para a faculdade de carro, esquecia, e voltava de ônibus. Ao chegar em casa, não encontrando o carro na garagem, ligava para a polícia denunciando que havia sido roubado.
Assim, ele começou a pensar que deveria haver um jeito de ter boa memória. Ao assistir um video sobre Dominic O'Brien (americano com uma técnica de memorização de cartas de baralho, vencedor oito vezes do Campeonato Mundial de Memorização e ganhador de títulos de Cérebro e Mestre da memória, além de escritor de vários livros sobre a mnemotécnica) começou a se interessar mais pelo assunto. lembrar
Ele frequentemente esquecia de coisas simples. Na faculdade Alberto sempre esquecia o livro de um colega em casa. Todas as vezes que olhava para o rosto do amigo, mesmo sem falar nada, recordava do livro. Para não causar maiores constrangimentos sempre se escondia. Então, percebeu haver um gatilho de memória, ou seja, ele identificou que a memória (que o lembrava de trazer o livro) estava armazenada num local que ele não conseguia pegar no momento preciso.
Com isso, ele cria uma técnica: associar a porta de casa com o livro, por que era a última coisa que ele iria ver antes de sair de casa. Imaginou o livro comendo a porta. Após praticar as técnicas foi para um cassino tentar memorizar as cartas, quebrando o recorde latino americano de memorização de cartas do baralho. Ao final ainda dá dicas: familiarizar-se com o ambiente para não haver confusões de memória e ver a aplicabilidade da memorização no dia a dia, nos mostra que aprender não precisa ser uma coisa chata.